Energia solar é uma solução para o ES
A energia solar se tornou uma solução para os agricultores do Espírito Santo
A energia solar vem ganhando espaço de forma acelerada no Espírito Santo e já se tornou uma alternativa estratégica para muitos produtores rurais. Um exemplo claro dessa transformação é o Haras SFA, localizado em Aracruz. Após a instalação do sistema fotovoltaico, a propriedade reduziu mais de 80% do valor da conta de energia. Segundo a proprietária, Juliana Guzzo Lempe, a decisão foi motivada principalmente pela necessidade de diminuir custos operacionais, ampliar a autonomia energética e adotar práticas ambientalmente responsáveis.
O avanço no estado acompanha o crescimento nacional. Dados da Absolar mostram que, entre 2024 e 2025, o Espírito Santo praticamente dobrou o número de sistemas instalados, passando de 54 mil para mais de 100 mil unidades fotovoltaicas, alcançando a 14ª posição no ranking nacional.
No campo, a energia solar tem se mostrado essencial tanto para a economia quanto para a preservação ambiental. Muitas propriedades rurais ainda enfrentam dificuldades de acesso à rede elétrica, enquanto outras lidam com tarifas elevadas — um obstáculo significativo para atividades que consomem muita energia, como refrigeração e irrigação.

Uso da energia solar no agronegócio
A produção de alimentos, especialmente carnes, leite e derivados, depende de grandes câmaras frigoríficas. A energia solar se torna uma aliada ao garantir funcionamento contínuo e estável desses equipamentos. Além disso, ela contribui para o controle de temperatura em espaços de criação de suínos, aves e bovinos.
Nas lavouras, a luz solar já utilizada no cultivo também pode ser aproveitada para operações como secagem e armazenagem de grãos. Café, feijão, milho e outros produtos agrícolas passam por processos que demandam calor e eletricidade — necessidades facilmente atendidas por sistemas fotovoltaicos, tornando o maquinário mais eficiente e econômico.
Incentivos e legislação
A expansão da energia solar no campo também é impulsionada por leis estaduais e pela legislação federal, especialmente a Lei 14.300/2022, que estabelece regras e benefícios como isenções fiscais e regimes tarifários diferenciados. Esses incentivos tornam o investimento mais acessível e reduzem o tempo de retorno financeiro.
Impacto econômico e social
A adoção da energia solar pode fortalecer a economia rural ao criar novas oportunidades de renda e trabalho, além de estimular o desenvolvimento sustentável em comunidades afastadas. Em muitos casos, a economia obtida com a instalação dos sistemas permite ao produtor recuperar rapidamente o capital investido, ao mesmo tempo em que contribui para a estabilidade da rede elétrica local, reduzindo a necessidade de grandes investimentos em transmissão.
Quando associada à tecnologia e à durabilidade das usinas solares, a baixa manutenção desses sistemas abre um novo modelo de negócio no campo: a geração própria de energia limpa e competitiva. Assim, o produtor passa a unir a produção de alimentos à geração da própria energia, criando uma nova fonte de riqueza diretamente do sol.
Sustentabilidade e alcance
Por ser uma fonte renovável, abundante e praticamente inesgotável, a energia solar permite que o agronegócio contribua de maneira ainda mais significativa para a sustentabilidade ambiental. Em muitos casos, a redução no gasto com energia pode chegar a 90%.
Além disso, essa tecnologia amplia a capacidade produtiva de regiões onde a eletricidade ainda não chega com qualidade, permitindo expandir fronteiras agrícolas e reduzir perdas causadas por oscilações de tensão, comuns em áreas distantes dos centros urbanos.
Panorama atual
O agronegócio brasileiro é um dos pilares da economia nacional, sendo responsável por mais da metade das exportações e por mais de um quarto do PIB. Porém, grande parte das propriedades ainda está localizada no fim das linhas de transmissão, onde o fornecimento de energia é limitado ou instável.
Mesmo com todo o potencial, apenas 13% da geração fotovoltaica nacional atende hoje o agronegócio e a agricultura familiar, segundo o INEL — indicando um mercado vasto e em pleno desenvolvimento.